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A Evolução do Skate: Da Calçada às Pistas Radicais
A fascinante história do skate remonta à década de 1940, quando os surfistas da ensolarada Califórnia buscavam uma alternativa terrestre para as ondas. Essa busca deu origem aos "sidewalk surfers" ou, como conhecemos hoje, "skateboards". O momento definitivo ocorreu nos anos 60, marcado por competições pioneiras e o surgimento das primeiras empresas de skate.
O Conceito Simples, a Arte Complexa
O skate, em sua essência, é simples: uma prancha com quatro rodas para deslocamento em superfícies planas. Ruas, calçadas e parques tornam-se pistas onde se exploram manobras, saltos e outros movimentos desafiadores, seja em rampas ou half-pipes.
A prática exige equilíbrio, coordenação e força física, além de habilidades técnicas para executar manobras. Individualista por natureza, o skate é uma forma de autoexpressão onde os praticantes desenvolvem estilos únicos e fomentam a criatividade. Mais do que um esporte, o skate é um estilo de vida, permeado por moda, música e cultura própria.
Raízes Inesperadas em 1918
Descobriu-se recentemente que, em 1918, um jovem norte-americano chamado Doc 'Heath' Ball já experimentava o conceito, desmontando patins e fixando as peças em uma prancha. Embora sua abordagem fosse diferente, com um joelho apoiado e outro pé dando impulso, esse episódio revela as raízes inesperadas do skate.
Inovações Tecnológicas e Rodney Mullen
A evolução tecnológica dos equipamentos de skate foi notável. Rodney Mullen, em 1982, introduziu o ollie de chão, impactando as categorias Freestyle e Street. Durante os anos 50, quando as ondas rareavam na Califórnia, os surfistas improvisavam, usando rodas e eixos em pranchas de madeira para simular manobras de surf.
Do Roller Derby ao Skate Park
O primeiro skate comercializado em série foi o Roller Derby, em 1959, marcando um boom inicial. No entanto, as rodas de ferro causaram acidentes e geraram resistência social. A jornada do skate para conquistar credibilidade foi longa, mas o espírito "surf de calçada" conquistou os Estados Unidos.
Com a moda se espalhando, a década de 60 testemunhou o renascimento do skate como esporte. A popularidade crescente resultou na criação de locais específicos para a prática, os renomados skate parks, a maioria deles privados.
A história do skate é uma jornada emocionante, desde suas origens humildes nas calçadas até tornar-se uma subcultura influente, celebrando a individualidade e a ousadia sobre quatro rodas.
Principais Materiais Usados na Fabricação de Skates
Os materiais usados para fabricar skates variam dependendo das diferentes partes do skate e do tipo de uso pretendido. Aqui está uma visão geral dos principais materiais utilizados:
Shape (Deck).
Madeira de bordo canadense: A mais comum devido à sua durabilidade e flexibilidade.
Bambu: Conhecido por ser leve e sustentável, mas não tão comum quanto o bordo.
Fibra de vidro e carbono: Usados para aumentar a resistência e reduzir o peso, especialmente em skates de alta performance.
Trucks (Eixos).
Alumínio: O material mais comum, balanceando resistência e peso.
Aço: Usado em partes específicas, como os parafusos, devido à sua durabilidade.
Magnésio: Mais leve que o alumínio, usado em trucks de alta performance.
Rodas
Poliuretano: O material padrão para rodas de skate devido à sua aderência e durabilidade. A dureza varia para diferentes tipos de uso (streets, parks, longboards).
Rolamentos.
Aço inoxidável: O tipo mais comum e acessível.
Cerâmica: Mais caros, mas oferecem menor atrito e maior durabilidade.
Lixas (Grip Tape).
Óxido de alumínio: O tipo mais comum, proporcionando uma superfície aderente para os pés.
Carboneto de silício: Mais durável que o óxido de alumínio, usado em lixas de alta qualidade.
Parafusos.
Aço: Comum e durável.
Titânio: Leve e resistente à corrosão, mas mais caro.
Cada componente do skate é projetado para maximizar o desempenho e a durabilidade, adaptando-se ao estilo de skate praticado, seja street, park, downhill ou cruising.
A Revolução Skateboard nos Anos 70 e a Crise que Desafiou sua Existência
Nos anos 70, o mundo do skateboard foi palco de uma revolução marcante, onde pioneiros como Tony Alva, Allan Gelfand e Duane Peters introduziram manobras inovadoras, como o primeiro aéreo, ollie em pistas e looping, transformando o esporte de forma irreversível.
No entanto, esse período de euforia foi seguido por um declínio abrupto. Os skate parks tornaram-se locais perigosos, resultando em inúmeros acidentes e aumentando os custos de indenizações e seguros. O fechamento de muitos desses locais levou a uma drástica diminuição na procura, desencadeando um colapso no mercado do skate. Empresas fecharam suas portas, e a maioria dos skatistas profissionais perdeu seus patrocínios.
O Declínio e a Ressurreição: Desafios do Mercado do Skate nos Anos 80
Neste cenário sombrio, o skateboard encontrou sua identidade na contra-cultura emergente da época, incorporando elementos da New Wave e do Punk. O esporte tornou-se uma expressão de rebeldia, resistindo às adversidades.
A década de 80 testemunhou uma transformação notável. Em resposta à crise, skatistas passaram a construir suas próprias rampas de madeira nas ruas, praças e quintais. A cultura "faça você mesmo" floresceu, redefinindo o skate como uma forma de autenticidade e resiliência diante das dificuldades.
O skateboard, que outrora enfrentou a ameaça de extinção, emergiu dos escombros da crise como um símbolo de autenticidade, criatividade e resistência.
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